quarta-feira, 27 de maio de 2009

O Papel do Professor no Século XXI

Na tentativa de produzir conhecimento, ou de no mínimo pesquisar é que me proponho a analisar o tema proposto em questão. Tenho como pano de fundo a obra de Pedro Demo “Desafios Modernos da Educação”¹, o mesmo preocupava em modernizar a educação, para que ela correspondesse aos desafios do capitalismo moderno. Ele propõe um salto qualitativo entre o capitalismo selvagem do Terceiro Mundo e o capitalismo moderno do Primeiro Mundo. A tese que defende é a de que “educação emerge como caminho mais promissor e aceitável de domínio da modernidade”, ou seja, a educação é um caminho para se chegar a uma modernidade aceitável, a fim de que o homem se torne sujeito de sua própria modernidade, na minha opinião, a educação é determinada pelo sistema produtivo do modo de produção do mesmo. Quero deixar claro que não estou discordando integralmente de Demo. Eu só o faço em relação ao seu ponto de partida. Como diz Leonardo Boff certa ocasião: “ todo ponto de vista é visto de um ponto”. Eu diria que toda obra é um ponto de vista do autor e não o único ponto de vista. Juntando-se vários pontos de vistas se chega a uma abrangência maior.

Dizer que a educação é o domínio da modernidade é utopia e não a realidade. A educação só poderia ser o domínio da modernidade se ela existisse fora do sistema. Já me explico. É inocência da nossa parte querer analisar a educação como algo independente do resto das relações sociais. Devemos vê-la como uma peça de uma grande engrenagem que é a máquina do capitalismo.

É só lembrarmos, por exemplo, do feudalismo. A terra é a grande fonte do poder, o senhor é o soberano e o vassalo é o servo obediente.. a hierarquia era estável, não admitia ascensão social. Logo, a educação administrada dentro desse sistema não pode ser para todos e tem que transmitir os valores morais do continuísmo A educação não era vista como algo a ser adquirida para ser assimilado, recriado e instrumento de intervenção da realidade.

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¹Experiência da criação do Instituto Superior de Educação do Estado do Pará – ISEP, no ano de 1990

Pelo contrário, era simplesmente o acúmulo de conhecimento que tornava a pessoa mais ou menos sábia. Não tinha a preocupação com a tecnologia, Concluindo: educação é como a água – disforme, ela toma a forma do recipiente, conforme é o sistema é a educação.

Com o surgimento do capitalismo surgem novas relações de trabalho, muda-se o sistema produtivo do modo de produção. Nasce à classe patronal a operária. Os operários criam forças através de sindicatos e reivindicas seus direitos. Surge dois tipos de educação: do patrão onde se estuda mais coisas e com maior aprofundamento e a dos operários onde se aprende só o básico – ler, escrever e manusear algum instrumento maquinário. Os operários então reivindicaram direitos iguais e surge escolas: pública, leiga, gratuita e obrigatória. Com o crescimento da população, das indústrias e do comércio o sistema de ensino assume três níveis: elementar (classe pobre), secundária (classe elite-burguesia) e superior (universidades). E no início do século XX surge a Escola Nova, com uma visão totalmente contrária da Educação Tradicional (autoritária). A Escola Nova (Educação Liberal) não surgiu com o objetivo de tirar dos alunos o conhecimento formal (metódico), pelo contrário, apareceu para mostrar aos lideres (O poder executivo e legislativo) que o aluno tem o direito e o dever de ter sua opinião própria e que o mesmo trás consigo uma bagagem (conhecimento não - formal) muito grande e por isso deveria ser envolvido ativamente e diretamente no processo de ensino/aprendizagem.

Para fazer desse aluno um ser crítico, produtivo e criador, antes de qualquer coisa, os educadores teriam que mudar sua concepção pedagógica radicalmente, sair do comodismo – formal, para uma realidade não-formal, para isso teriam que “engolir” o seu ego e passar a respeitar a individualidade do mesmo, tendo a consciência de que cada aluno é único e como tal não poderia ser avaliado da mesma forma, com os mesmos “olhares”. Esses mesmos educadores deveriam mudar a sua metodologia de ensino, pois o sistema educacional liberal passou exigir trabalhos de pesquisas de campo, e a trabalhar com os jogos recreativos, isso por que o alunado também passou a exigir mais, questionando a respeito de tudo.

Com as propostas educacionais da Educação Liberal, a Educação Nacional passou a se preocupar com a formação continuada desse professor, onde os mesmos teriam que passar por um treinamento e reciclagem através da prática valorizando o seu saber e a sua identidade profissional.

A LDBEN nº. 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional no seu art. 67 prevê que:

“Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos da carreira do magistério público”:

II – aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim;

V – período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho”.

Podemos ver claramente que o item II relata que o professor que não se aperfeiçoar continuadamente será um profissional sempre incompleto e no item V, consta que o professor tem o direito e o dever do tempo reservado a estudos, planejamento e avaliação.

Ainda na LDBEN, no seu art. 13 retrata sobre o dever dos docentes perante a escola deixando bem claro que o papel do mesmo não é só de transmitir informações, de fazer o papel de receptor, mais vai muito além, perpassa desse a elaboração e a execução da proposta pedagógica até as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. Não deixando de mencionar no zelo que o professor deve ter no acompanhamento de todo processo da aprendizagem, assim terá habilidade de detectar as possíveis causas do fracasso no ensino-aprendizagem e por ventura poderá acontecer e assim criar métodos que auxiliarão a recuperar esse aluno. Essa relação de emissor/receptor só dará certo se o emissor/professor tiver consciência de que se ele próprio não buscar o conhecimento contínuo, nada concretizará na totalidade, poderá acontecer que o receptor/aluno ficará além dele e isso o educador nunca pode permitir que aconteça, deve andar lado a lado, ou melhor, sempre um pouco na frente, mais nunca abaixo do seu receptor.

Os docentes incumbir-se-ão de: I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III - zelar pela aprendizagem dos alunos; IV - estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento; V - ministrar os dias letivos e horas-aula estabelecidos, além de participar integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao desenvolvimento profissional; VI - colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade. (LDBEN nº. 9394/96 art. 13, itens de I a VI).

O mundo atualmente esta evoluindo rapidamente, e os professores devem começar a admitir que só a sua formação acadêmica não e suficiente para sua vida profissional, precisam aperfeiçoar os seus conhecimentos e estarem atualizado com as novas técnicas que vão surgindo. A dialética entre a competência do saber/sistematizado e a competência do fazer pedagógico tem que ser respeitado e com qualidade.

O papel do professor vai muito além de apenas contemplar seus alunos com o conhecimento que o mesmo adquiriu durante e após sua vida acadêmica, pois o mesmo é, muitas vezes, um exemplo de vida para seus alunos. Caminhar com passos firmes, aliando as práticas pedagógicas ao desenvolvimento tecnológico, é o caminho para se formar, através da educação, seres humanos com uma visão subjetiva, político-social, para chegarmos a uma comunidade mais igualitária.

A educação tornou-se, ao longo do tempo, uma força cultural que se encontra em perante estado de invenção e reinvenção social. De tempos em tempos, observando ciclos históricos – como a atual transição de séculos e milênios -, a sociedade procura mudar, redefinir os objetivos, os conteúdos e as metodologias da educação, e atuando ativamente nessas mudanças, traça-se o perfil do educador ideal, vinculado o propósito e objetivo de toda a educação, saber qual o tipo de cidadão querem formar com esse educador.

A acepção mais ampla da educação – a antropológica – é a tarefa da sociedade como um todo. Em uma visão mais ampla, as sociedades humanas, em todos os tempos e lugares, devem ser entendidas como sociedades educacionais, onde todos os indivíduos e grupos sociais funcionam como agentes educadores – agentes que assistem e modelam o individuo humano na direção de uma personalidade e uma cultura.

Conforme as sociedades foram se tornando mais complexas, as virtudes e funções de agentes educadores foram passando à esfera de agências sócias especializadas – as instituições de ensino. A educação passou, então, a ser tarefa quase que exclusiva das instituições de ensino e de seus professores. Com a educação escolar, portanto, esvazia-se quase completamente o papel educacional formal da família e de tantas outras agências da sociedade, e nasce à educação de base pedagógica - planejada e organizada, com estrutura e funcionamento definidos, inclusive por força de lei, como acontece entre nós, no Brasil.

Contudo, o esvaziamento do papel formador da família, dos grupos etários e, sobretudo na atualidade, dos meios de comunicação de massa - a chamada mídia - não foi e nem pode ser completo. Tornou-se então difuso e assistemático, mas continuou sendo um uma força atuante e de grande poder, principalmente por meio da educação pelo exemplo.

O professor passa a ser um “pai” na vida de seus alunos, que por sua vez, passam a ser a “família” ou os “filhos” do educador, a ele está designado o papel de ensinar os conhecimentos que possui: ora da vida acadêmica; ora de sua experiência na vida em sociedade; ora seus pensamentos e ideais; - e a eles cabe o papel de expectadores, críticos. Os educadores necessitam devem ser mais pessoas equilibradas emocionalmente do que de pessoas com alto nível intelectual. Todavia, a junção das duas características torna-se crucial, devendo ser virtudes do educador.

Nas instituições de ensino, e em suas salas de aula, quem melhor representa esse meio de forma sistematizada nos programas, nas estratégias, é, o professor. É daí que, surge o papel do "profissional do ensino" que deve sistematizar para o estudante os conteúdos, preparar as vivências, comunicar, ouvir, interagir, proporcionando, enfim, o apregoado desenvolvimento, ou seja, a aprendizagem do estudante, tanto nas ciências quanto da vida.

O professor para desempenhar adequadamente seu importante papel, como os demais profissionais do século XXI, não pode ser acomodado, ser um alguém que já considera ter chegado ao máximo em sua sabedoria. Pelo contrário, deve estar sempre "insatisfeito" com o seu trabalho, em um sentido que, sinta que há sempre algo a mais a fazer. Existe muito que aprender, muito do que pode e deve ser usado, no sentido de fazer tentativas, experimentar novos procedimentos, novas metodologias de ensino. Enfim, deve sempre procurar aperfeiçoar o seu trabalho, lendo jornais, revistas especializadas, novos livros, novas publicações científicas, para fazer da sala de aula suas conquistas e pesquisas.

O educador deve ser sempre e continuamente reflexivo, com objetivos de sempre detectar, descobrir, inovar novos procedimentos, novas formas de lecionar. Afinal, o objetivo da educação é formar um novo cidadão, isto é, os fatores ativos da educação devem tender a fazer com que o educando haja cada vez mais por si próprio, e sempre mais por si enfrente o ambiente. É preciso então, de um lado, colocá-lo constantemente em contato com todos os fatores do ambiente; de outro, deixar-lhe a responsabilidade da escolha, seguindo uma linha evolutiva determinada pela consciência de que o mesmo deverá chegar a ser capaz de, perante qualquer situação, "agir por si".

Em pleno século XXI, o mundo apresenta mudanças que afetam os mais diversos setores da sociedade, inclusive o educacional. Tais mudanças estão relacionadas ao desenvolvimento das Tecnologias de Informação e Comunicação, que possibilitam ao educador uma amplitude de conteúdos, concepções e novos ares para desenvolver e/ou melhorar as práticas educacionais. Contudo, é fundamental que os educadores adquiram fluência tecnológica para manusearem as mais diversas ferramentas digitais disponíveis, auxiliando-os em sua missão de educar, tornando-os profissionais mais aptos e atualizados ao mundo globalizado.

Apoiado as Tecnologias de Informação e Comunicação, o educador pode e deve estruturar suas práticas de ensino as mesmas, uma vez que as mesmas propiciam e auxiliam em melhores resultados na aprendizagem individual e coletiva dos educandos.

A tecnologia por si só não é educacional, mas a forma de como o educador a usa na educação pode vir a ser. Logo, abrange a informática, mas não se restringe a ela; pode-se incluir o uso da televisão, do vídeo, do rádio, do cinema, desde que promovam a aprendizagem. Torna-se clara a necessidade do educador em conhecer a infinidade de recursos que a tecnologia proporciona, despertando o seu interesse para usá-la e encontrar no computador uma forma interativa de aprendizagem, não apenas o uso da Internet, e que a educação não precisa ser feita predominantemente pela fala e pela escrita.

O professor do século XXI tem que ser aquele que procura uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional, não podendo se esquecer dos seguintes caminhos: de buscar uma educação continuada assídua, além de participar de treinamentos curtos que oferecem visões práticas de sua profissão; de dominar a tecnologia para tê-la como uma aliada na sua prática pedagógica; de ler freqüentemente artigos relacionados à área de atuação, pois geralmente indicam os caminhos percorridos pelos vencedores e, quase sempre, servem de apoio para a construção do conhecimento envolvendo professor-aluno. Todavia, é necessário que o professor para torne-se apto deve utilizar a tecnologia a serviço da educação para atender às exigências deste novo milênio.

3. CONCLUSÃO

O perfil para o professor do século XXI é o de um educador que almeja seu crescimento, tanto pessoal quanto profissional, e que acredite que a dedicação e o aprimoramento constante de seus conhecimentos, em termos abrangentes, é o melhor caminho para o alcance da excelência e da sua realização profissional. A inovação constante de materiais, das práticas/metodologias de ensino utilizadas para as aulas que ministra, atreladas ao apoio que as tecnologias pertinentes oferecem, é um diferencial de fundamental importância, visto que, esses são os profissionais responsáveis pela construção do saber. A melhoria do ensino refletirá em um estímulo ao professor, como forma de recompensá-lo pela sua capacitação.

A Educação é a arte de aprender a aprender, ou seja, a arte de assumirmos o nosso papel diante da história, e que a modernidade é uma necessidade de mudança social e econômica.


Este maravilhoso artigo foi realizado por Maria Madalena Dornelas Borges, e enviado a esse humilde blog. Ela é aluna de pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior , na Faculdade Cidade de João Pinheiro- MG. Desde já ficamos muito agradecidas e lisongeadas por postar esse trabalho.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Ferreira, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI Escolar: Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 2000.

GIUSSANI, Luigi. Educar é um risco: como criação de personalidade e de história. São Paulo: Companhia Ilimitada, 2000.

HENGEMÜHLE, Adelar. Gestão de Ensino e Práticas Pedagógicas. Petrópolis, RJ: Editora Unijui, 1993.

TEIXEIRA, Gilberto. O processo-ensino aprendizagem e o papel do professor como gestor do pensar. Disponível em: . Acesso em: 5 de agosto de 2008.

LDBEN nº. 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - art. 67 e 13

DEMO, Pedro. Desafios Modernos da Educação; Pará, PA; Editora Vozes; 3ª edição; 1995; 263 p.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Ultima Observação!

Dia 21/05/09, na quinta feira fizemos nossa ultima observação na sala de aula. Por problemas técnicos não podemos postar na respectiva data, mas eis aqui nosso relato: A aula começou com a professora corrigindo os cadernos dos alunos na disciplina de matemática. Após essa "visto" ela iniciou o assunto de contas envolvendo a adição e suas propiedades. As crianças mostraram-se bem participativas no momento de responderem oralmente as continhas expostas na lousa. Em seguida copiou uma segunda atividade com o mesmo conteúdo. Ao nosso ver, e estamos aqui relatando nossa simples impressão das coisas, a atividade não apresentava nada atrativo, nmada que estigasse a reflexão da criança para descobrir, para pensar. Viamos apenas contas que já apresentavam, de certa forma as respostas prontas. E como vimos nos PCN's, a matemática tem como um dos principais objetivos é a resolução de problemas do dia-a-dia, mas que para isso seja o professor o elaborador e pesquisador desses problemas. No entanto a tarefa incubida aos pequenos era responder uma série de contas armadas, e apenas dois unicos problemas, sem muito reflexão, e vale salientar que ela( a professora) só resolver pôr os dois unicos problemas depois que nós a questinonamos sobre problemas matemáticos. Vamos deixar claro,antes de mas nada que não temos nada contra a professora, ela até tem dominio de classe, autoridade, mas quanto aos métodos de ensino percebemos um atraso significativo no tocante a fazer o aluno refletir, agira, como também consideramos que a mesma não considera tanto como diz a opinião de seus alunos, pois ela falava mais do que escutava, opinava mas do que deixava espaço para discussão, principalmente porque ela mal faz,ou não faz mesmo, ponte com a realidade cotidiana das crianças. Esperamos que quando for nossa vez de estarmos lá, como professoras, esse nosso modo de avaliar sirva como suporte para não repetirmos as mesmas falhas.

Só um lembrete:Hoje foi aniversário da nossa colega de blog, Mariana ( a Mari). Fica aqui nossos desejos de parabéns e um imenso abraço com todo nosso carinho. PARABÉNS MARI, felicidades!!

terça-feira, 19 de maio de 2009

Consideração sobre as observações!

Ontem iniciamos nossas primeiras visitas in locus, ou seja, diretamente em sala de aula. Como já havíamos mencionado, nossa escolha foi uma turma de 4º ano, e por sinal são muito "energéticos", como toda criança dessa idade.
Na segunda(18/05/09), a aula constou de um texto sobre as sílabas tônicas escrito na lousa pela professora e copiado pelos alunos, a medida em que escrevia a professora também "explicava" cada parte do texto. Após essa execução, a mesma sugeriu uma atividade sobre o assunto, onde ela própria fez a correção com os alunos na sala. Em seguida ditou palavras para que as crianças as escrevessem nos seus cadernos e circulassem as sílabas tônicas das respectivas palavras, com isso chamava cada aluno a escreverem na lousa a palavra ditada da maneira que ela (a criança) havia escrito. Percebemos a participação dos alunos, embora essa participação tenha se dado de maneira indusida, uma vez que era a professora quem "escolhia" o aluno que iria à lousa.
Hoje a aula iniciou-se com a professora questionando as crianças sobre palavras que continham o Ç. Nesse momento ela apresenta uma especíe de "fichas", as quais ela nos revelou que seus alunos achavam muito "interessante" as mesmas, embora pelo que podemos notar eram apenas palavras escritas em letra de forma em cartolina colorida. Essas palavras eram expostas aos demais e lidas em voz alta.
Após esse procedimento, a ministrante da aula copia na lousa uma atividade onde continha um poema de Maria Dinorah "o caroço":.

No fundo do poço surgiu um caroço
Chamaram o moço pra ver o caroço
No fundo do posso
Será que o caroço do fundo do poço é feito de osso?
Cuidado, seu moço
Não quebre o caroço do fundo do poço
O pobre moço retira o caroço
Tinha quatro patas e uma cabecinha
E era apenas...
A tartaruga da vizinha.


Essa atividade propunha as crianças que circulassem as palavras com Ç, e interpretassem o poema com questões do tipo: quem era a autora, qual era o título, onde estava o caroço, qual era o animal que estava no poço, etc. Em seguida os alunos leram o poema em voz alta, e realizaram mais um ditado do dia com palavras que tinham Ç.
Fica o nosso questionamento: será que houve ao menos uma reflexão acerca do poema proposto, uma vez que as questões já estavam respondidas de certa forma? será que eles analisaram a leitura feita por todos? houve relação, do emprego do Ç com o poema, pelos alunos?
Só para ressaltar... a turma tem 20 alunos, na segunda foram 14, e hoje foram 16.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

E mais uma visita...!

Hoje fizemos outra visita a escola, e por sinal foi uma visita maravilhosaaa. Tivemos uma conversa informal com a coordenadora e supervisora pedagogica da instituição. Durante a conversa podemos perceber o nível de profissionalismo de ambas, o empenho e gosto pelo que fazem. Apesar das dificulddes, e são muitas, as duas demonstraram total sintonia com os projetos propostos tanto pela escola quanto pelo governo federal, destaque aqui para o projeto "Mais escola", no qual a coordenadora nos relatou estarem muito atarefadas com o mesmo, pois pretendem por em prática o quanto antes segundo a mesma, a escola foi uma das poucas escolhidas pelo governo para começar a por em prática o projeto, o que ao nosso ver indica o quanto essa instituição, apesar de ser pública, apresenta um exelente nível de qualidade e reconhecimento na comunidade.
Na nossa visita de hoje já podemos analisar que a escola além de nos parecer agradável, quanto ao clima entre os funcionários, também apresenta um ambiente luminoso, com 5 salas de aula ao todo, um refeitório, uma biblioteca, nesse caso a coordenadora fez questão de destacar que a sala de vídeo teve que dar lugar a mais uma sala de aula( antes eram 4 turmas), e que por esse motivo a sala de vídeo esta funcionando provisoriamente na biblioteca até o momento em que construirem, o mais breve possível, outra sala. Este foi o ambiente que encontramos, e que a primeira vista pareceu-nos muito bem aproveitado pelas crianças.
É importante frizar neste momento algo muito importante na fala da coordenadora, ao perguntarmos qual a principal proposta pedagógica daquela instituição a mesma respondeu que o diferencial da mesma não era apenas oferecer conhecimento aos alunos, "passar conteúdos", a principal preocupação da equipe pedagógica era cultivar nos alunos o valores morais e as políticas de incentivo a família, ao convívio com o outro, etc.. Pelo visto, se continuarmos nessa linha nosso estágio vai ser ÓTIMO, vamos torcer para que realmente atender as espectativas dos profissionais de lá, e mais ainda: dos alunos.

sábado, 9 de maio de 2009

Primeira visita a escola do nosso estágio.

Na última quarta- feira fizemos nossa primeira visita á escola que irá nos receber para nosso estágio. A primeira vista pareceu-nos muito agradável, tanto a estrutura do prédio quanto os funcionários da mesma. Esperamos que nossa estadia por lá seja muito proveitosa tanto para nosso lado profissional, quanto para nosso lado humano de pedagogas!!

terça-feira, 28 de abril de 2009

Resenha do livro "Linguagem e escola - Uma perspectiva social"






SOARES, Magda Linguagem e escola - uma perspectiva social. 17º edição. São Paulo: Ed. Ática, 2001.


Magda Soares é Doutora em Educação e atualmente professora titular emérita pela UFMG. Suas obras são especificamente sobre lingüística e suas implicações se dão tanto na sociedade quanto na escola. E é o livro “Linguagem e escola - uma perspectiva social’’ que retrata bem a análise das relações entre a escola e a linguagem em suas perspectivas sociais.
Seguindo o raciocínio de que a escola cada vez mais vem apresentando altos índices de repetência e evasão, a autora começa apresentando três explicações para tal fato.A escola, que é tida como “democrática”, está cada vez mais distante de satisfazer e atender a todos de maneira “igual”, o que acentua ainda mais as desigualdades sociais. Para levar o leitor a essa reflexão Magda Soares se utiliza de autores como Bernstein (sua teoria é o uso da linguagem em função de relações sociais), Lagov (teoria que desmistifica a idéia de privação lingüística) Bourdieu( aponta relações entre a língua e as condições sociais).
No Capítulo dois ela faz um breve histórico acerca dos caminhos percorridos pelas camadas populares na busca de uma educação igualitária. Diante dessa trajetória Magda Soares apresenta as três explicações para uma educação insatisfatória quantitativa e qualitativamente. A primeira trata da ideologia do dom, a qual explica que as causas do sucesso ou insucesso dependem unicamente do indivíduo, de sua aptidão, inteligência, talento. A segunda: ideologia da deficiência cultural, diz que o fracasso dos alunos é proveniente do “déficit” ou carência cultural devido o meio em que vivem do ponto de vista econômico. A terceira ideologia da diferença cultural, que vai tratar o “problema” da linguagem como sendo algo oriundo de culturas diferentes, onde a camada dominada é marginalizada e excluída por isso.
O Terceiro capítulo fala da deficiência linguística encontrada na educação. Segundo a obra, as crianças apresentam-se como portadoras de carências e deficiências provenientes do meio em que estão inseridas. Concretiza-se dessa maneira a teoria da deficiência cultural, que nos revela a dificuldade enfrentada pelas camadas populares, que sofrem ao tentar se entregar “ao sistema de ensino”, pois não vivenciaram segundo alguns pesquisadores situações contextuais que desenvolvesse a linguagem nos mesmos. Dessa forma é proposto pelas escolas uma educação compensatória que venha suprir tal “privação”. Porém a autora nos leva a enxergar que tal ação está imbuída de uma estrutura discriminatória, deste a raiz ao ápice de sua trajetória.
No Quarto capítulo a autora trata da severa crítica que sociolinguísticas fazem aos sociólogos, sobretudo aos psicólogos que desenvolveram a teoria da deficiência linguística. Estes estudiosos, usando-se de uma impropriedade científica afirmando a existência de uma língua “melhor” mais “adequada”, “superior”. Já anos mais tarde sociólogos e antropólogos mostraram que na verdade havia uma infinidade de variações linguísticas, para cada cultura existente. Foi então que Lagov, na década de sessenta apresenta as primeiras pesquisas que irão desmistificar a teoria da deficiência linguística. O estudioso constatou que as crianças dos guetos, ao contrário do que se pensava, usavam muito mais frases com sentido do que crianças das camadas mais favorecidas, pois as crianças (dos guetos) são mais estimuladas verbalmente do que qualquer outra.
O Quinto capítulo estrutura-se sobre a idéia de que até hoje pesquisadores descobrem diferentes expressões e vocabulários para justificar o real problema das camadas desprivilegiadas, mas mesmo assim tal teoria tem se mostrado ineficaz, pois ignoram o fato essencial que pretendem resolver. Na verdade o que se sabe é que o fator essencial está na relação entre educação e sociedade, e como a escola é vista por essa estrutura social. Uma vez que as instituições escolares impõem os saberes de uma classe dominante, por mais que se busquem explicações para o fracasso, ela estará sempre reproduzindo aquilo que a sociedade dita. O referido capítulo também trata do valor simbólico que a linguagem representa, pois assim como em mercado capitalista, a linguagem desenvolve uma função de troca onde ganha aquele que exerce mais poder, que se apresenta mais munido de um vocabulário rico, erudito e de acordo com os padrões da classes privilegiadas. Porem aqueles a que foge a essa realidade, que não demonstram poder sobre essa linguagem padrão, não poderão reivindicar muito menos interagir com essa “troca” de conhecimento.
Por fim o capítulo 6 é toda uma explicação acerca das três teorias, a autora enxerga tais teorias sobre o prisma de uma escola “transformadora.” Ou seja, Magda Soares se refere a uma escola que é espelho de uma sociedade preconceituosa e direcionalista, onde aqueles que menos lutam por seus direitos são os que mais têm privilégios, onde aqueles que reivindicam sua posição na sociedade são tidos como sem cultura, sem língua, sem voz. Visto dessa forma é importante destacar que nossas instituições podem, devem rever seus conceitos, primando pela participação não só de uns, mas de todos. Uma escola consciente de seu papel político, social e cultural. Uma escola que proporcione às camadas populares a oportunidade de conquistar reconhecimento, respeito e acima de tudo, sua posição como cidadão pensante e seguro de seus direitos diante da sociedade.
Enfim, o livro é porta aberta para a discussão, infinita, de que a escola ainda está longe de ser lugar onde a democracia reina, onde todos têm voz e vez. Mas nem por isso devemos cruzar os braços diante dessa realidade, pois ao passo em que reconhecemos que o erro está sendo causado por nós mesmos, por nosso preconceito de querer impor aquilo que é condicionado, aquilo que, segundo regras, não pode ser mudado, muita coisa já terá sido feita. Somos nós responsáveis pela falta de oportunidades de algumas camadas, seja em nosso silenciar, seja em nossas atitudes de preconceito. E só depende de nós uma escola que tenha antes de tudo uma perspectiva social- humana.

Paradoxo do Nosso Tempo / George Carlin

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.
Nós bebemos demais, gastamos sem critérios. Dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e raramente estamos com Deus.
Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.
Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos.
Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho. Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.
Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores.
Limpamos o ar, mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos. Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.
Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos cada vez menos.
Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande, de caráter pequeno; lucros acentuados e relações vazias.
Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.
Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas 'mágicas'.
Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na dispensa.
Lembre-se de passar mais tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão aqui para sempre.
Lembre-se dar um abraço carinhoso em seus pais, num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer.
Lembre-se de dizer 'eu te amo' à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, se ame... se ame muito.
Um beijo e um abraço curam a dor,quando vêm de lá de dentro. Por isso, valorize sua família, seus amores, seus amigos, a pessoa que lhe ama...

E, aquelas que estão ao seu lado, sempre..!